Data: 04 de Abril de 2021

A Páscoa é uma tradicional comemoração realizada nas religiões cristãs que relembram a crucificação e morte de Jesus Cristo e celebram sua ressurreição. Originalmente, a Páscoa foi iniciada pelos judeus e no cristianismo passou a ser comemorada com novo significado. Essa comemoração é realizada anualmente em uma data móvel e os critérios que determinam a data da Páscoa foram estabelecidos pela Igreja Católica no século IV d.C. A palavra “páscoa” deriva do termo pesach, oriundo do hebraico e dos termos pascha do latim e paskha do grego. A Páscoa é uma comemoração que surgiu na tradição judaica em memória da libertação do povo hebreu da escravidão no Egito. Na tradição hebraica, a festa aconteceu porque Javé enviou uma ordem para que Moisés repassasse aos hebreus. Os judeus relembram a passagem do anjo da morte durante o acontecimento da décima praga do Egito. Em referência a isso, esse povo chama a sua Páscoa de “Pesach”, que significa “passagem”. No cristianismo, por sua vez, a Páscoa possui um significado distinto da crença judaica, mas, apesar disso, a festa cristã possui uma ligação direta com a dos judeus. Para os cristãos, como mencionado, a Páscoa relaciona-se com a crucificação, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Dentro da tradição cristã, a ressurreição de Cristo aconteceu no terceiro dia após sua crucificação. Dentro da tradição cristã, a Páscoa é uma das mais importantes celebrações (para muitos, a mais importante) porque é evidência a importância da ressurreição de Cristo para os cristãos. O próprio Apóstolo Paulo afirma em sua carta registrada em I Coríntios 15:14 que “Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé”!

Esse pequeno trecho da Bíblia dá uma dimensão do grau de importância da ressurreição para a crença cristã. Ele nos dá a entender que sem a Páscoa, isto é, sem a ressurreição de Cristo, a fé dos cristãos não teria sentido prático. Os cristãos entendem que a morte de Cristo foi um sacrifício voluntário com o propósito de salvar a humanidade de seus pecados. Por meio desse sacrifício, a humanidade ganhou uma nova chance. A celebração que ocorre no domingo de Páscoa encerra a Semana Santa, período no qual são relembrados todos os eventos que levaram à crucificação de Jesus Cristo. O início da Semana Santa acontece no Domingo de Ramos, dia marcado pelo retorno de Jesus à cidade de Jerusalém. Durante essa semana, alguns eventos costumam ser destacados, como a Última Ceia, que aconteceu durante a Quinta-Feira Santa. Cristo reuniu-se com seus discípulos pela última vez e celebrou com eles. Nesse momento, Jesus narrou aos seus discípulos tudo o que aconteceria com ele, a traição que seria cometida por Judas Iscariotes e a negação de Cristo realizada por Pedro. Na Quinta-Feira Santa, costuma-se realizar o tradicional rito de lava-pés, que acontece em memória ao ato de Jesus lavar os pés de seus discípulos. Na noite da Quinta-Feira Santa, Jesus Cristo foi preso e no dia seguinte condenado e açoitado. Na Sexta-Feira Santa, ainda são relembradas a crucificação e a morte de Cristo. Utilizando como base a narrativa bíblica, a prisão de Cristo aconteceu enquanto ele estava no Getsêmani e se deu por meio da traição de Judas Iscariotes e em seguida foi julgado e condenado. No processo de crucificação, Cristo foi torturado e finalmente crucificado em uma colina chamada Gólgota. O sábado após a morte de Cristo e antes de sua ressurreição é conhecido como Sábado de Aleluia e o Domingo de Páscoa é exatamente o dia da ressurreição de Cristo. O grande paralelo entre a celebração judaica e cristã está no fato de que a crucificação e ressurreição de Cristo aconteceu na mesma época em que era celebrada a Páscoa judaica. A Páscoa é comemorada dentro do cristianismo de diferentes maneiras e essas variações acontecem por conta das distintas vertentes cristãs que existem. As diferenças podem ser resumidas pontualmente entre cristãos católicos, ortodoxos e protestantes (sendo que dentro do protestantismo existe uma gama de vertentes). Em nosso país, a tradição mais popular é a tradição católica. Sendo assim, levando em consideração a tradição católica, durante a Semana Santa, são realizadas várias missas e diversas encenações da crucificação e ressurreição de Cristo que são conhecidas como Paixão de Cristo. Outra tradição muito conhecida também é a Procissão do Fogaréu que é realizada anualmente na Cidade de Goiás, localizada no estado de Goiás. A Procissão do Fogaréu foi introduzida na antiga capital goiana no século XVIII pelo padre espanhol João Perestelo de Vasconcelos Espíndola. Na época, o padre era o pároco do município. Desde então, a tradição passou a ser realizada na cidade anualmente e, nos dias de hoje, atrai milhares de fiéis. Em 2018, a festa chegou a atrair cerca de 50 mil fiéis para a cidade do interior de Goiás|. A procissão encena a perseguição e prisão de Jesus Cristo. As pessoas sempre têm uma grande dúvida a respeito de como é determinada a data em que se comemora a Páscoa. A resposta dessa pergunta está no século IV d.C., quando foi realizado o Concílio de Nicéia, no ano de 325. Durante esse concílio, as autoridades da Igreja Católica estabeleceram que a Páscoa seria comemorada no primeiro domingo após a lua cheia que acontece após o equinócio de primavera (no Hemisfério Norte). Sendo assim, a Páscoa cristã é comemorada durante o período que fica entre 22 de março e 25 de abril. A Páscoa também encerra a Quaresma, aquele período de quarenta dias que é iniciado com a Quarta-Feira de Cinzas. Na tradição cristã católica, a Quaresma é um período marcado por uma série de jejuns, o jejum de carne vermelha é o mais conhecido. É um período também marcado por penitências, quando muitos são privados de algo ou realizam algum ato de caridade. Dentro da tradição da Igreja Católica, a Sexta-Feira Santa, também conhecida como Sexta-Feira da Paixão, é um dia reservado para a prática da abstinência. Essa tradição milenar do catolicismo opõe-se ao consumo de carne vermelha e de frango nesse dia. Dentro desse costume, é comum que nesse dia as pessoas substituam o consumo dessas carnes pelo consumo de peixe. A tradição de jejuar na Sexta-Feira Santa, provavelmente, teve sua origem na Idade Média. Isso porque outra tradição do catolicismo surgiu nesse período, a de jejuar toda sexta-feira. No século IX, durante o pontificado de Nicolau I, foi imposta a prática de abdicar de carne toda sexta-feira a todos os cristãos maiores de sete anos. Nos primeiros tempos dessa prática, era comum que as pessoas abstivessem-se nas quartas e nas sextas e, além da carne, as pessoas não consumiam laticínios e ovos também. A prática, no entanto, perdeu força, e a Igreja defende atualmente a abstenção apenas na sexta. Hoje em dia, a prática da privação de carne durante a Sexta-Feira Santa segue vigente. O Código de Direito Canônico afirma que todas as sextas-feiras do ano devem ser reservadas para a abstinência de carne ou outro alimento, mas o jejum pode ser substituído pela realização de uma obra de caridade, por exemplo. No que compete à Páscoa, o jejum era realizado durante todo o período da Quaresma (período de 40 dias que antecedem a Páscoa). Existem aqueles que ainda fazem o jejum na Quarta-Feira de Cinzas e na Sexta-Feira Santa. O mais comum entre aqueles que praticam o jejum é de realizá-lo apenas na Sexta-Feira Santa. A abstenção de carne na Sexta-Feira Santa acontece em respeito ao derramamento do sangue de Jesus Cristo durante o seu sacrifício. Além disso, muitos religiosos destacam que a realização do jejum é uma prática daqueles que desejam ser afastados do pecado. 

Então, uma das principais datas do calendário religioso do cristianismo é a Páscoa, comemoração que relembra a crucificação e celebra a ressurreição de Jesus Cristo. 

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