BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA E VISCERAL

Data: 21 de Janeiro de 2025

A vigilância da Leishmaniose Visceral compreende a vigilância entomológica, de casos
humanos e casos caninos. Em decorrência do caso notificado de Leishmaniose Visceral,
ocorrido em maio de 2024, realizou-se com a investigação entomológica como propósito
de verificar a presença do Lutzomyia cruzi e Lutzomyia longipalpis, espécies incriminadas
na transmissão da doença. Nas pesquisas realizadas nos dias 23/09/2024 a 25/09/2024,
no endereço em que o paciente contaminado residia, não foi coletado/encontrado o
vetor.

Cabe relatar que este paciente mudou de endereço aproximadamente três vezes
desde a data da notificação em 23/05/2024 e que também, esteve por um período de 15
dias em outro município, sendo esta pesquisa realizada no último endereço em que o
paciente residia, o que traz a dificuldade de afirmar o local provável de infecção, nesta
pesquisa. Nesse sentido, a equipe técnica responsável pelos levantamentos dos dados da
Diretoria do Escritório Regional de Rondonópolis, recomendou a realização de novo
levantamento entomológico no endereço atual do paciente, e nos locais onde ele residia
anteriormente. Quanto as ações direcionadas ao reservatório (cão) foi orientado realizar
inquérito canino censitário no bairro do caso humano.


Quanto a Leishmaniose Tegumentar, foi realizado o mapeamento dos casos dos últimos
05 anos. Para esta pesquisa, foi considerado alguns registros ocorridos no ano de 2024 e
os tipos de vetores encontrados nas 10 residências pesquisadas, em seu maior número o
vetor Lutzomyia whitmani, encontrado no bairro Mangueira nas armadilhas 08 e 18, de
ocorrência do caso humano de LTA, o que aponta para local provável de infecção. Ao
analisar o banco de dados SINAN, verificou-se que este mesmo paciente foi notificado três
vezes em 2017, 2023 e 2024 pelo mesmo agravo, sendo que os dois primeiros registros
evoluíram para cura e o último ainda não foi encerrado por estar em tratamento.


As evidências entomo-epidemiológica permite-nos afirmar que se tratam de casos
autóctones (caso de doença que se origina no local onde foi feito o diagnóstico) e que a
transmissão acontece de forma recorrente nesta residência. Associado a este fato a
existência de outros casos humanos na localidade do bairro Mangueira. Sendo assim, a
análise conjunta de dados epidemiológicos e entomológico indica a realização do
controle químico, conforme preconiza o Guia de Vigilância em Saúde, volume 2 (BRASIL,
pág. 897) por considerar a localidade Mangueira com área de transmissão.
Em localidades com casos novos de LT, como o bairro Novo Horizonte com registro de 03
casos em 2024, recomendamos a realização da investigação entomológica a fim de
buscar evidências para confirmação do local provável de infecção.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS:
Por ter no município o primeiro caso de Leishmaniose Visceral em investigação e vários
registros de Leishmaniose Tegumentar, foi orientado para reduzir os riscos de
transmissão, a partir de algumas ações específicas para cada agravo e outras, comuns
aos dois. As equipes de vigilância então, desenvolverá as ações em prol de busca ativa,
rastreio de casos, tratamento e supervisão.

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