BOLETIM EPIDEMIOLÓGICO LEISHMANIOSE TEGUMENTAR AMERICANA
A Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) é uma doença infecto - parasitária que
afeta a pele e mucosas provocando lesões polimórficas no homem. Esta
antropozoonose é causada por diversos tipos de protozoários do gênero Leishmania. No
Brasil destacam se três espécies: a Leishmania (Viannia) guyanensis, L. (Viannia)
braziliensis, e L. (Leishmania) amazonenses, por serem as mais comuns (BRASIL, 2017;
MURBACK NDN, 2011). No cenário mundial, a LTA representa uma parasitose que atinge
cerca de 88 países distribuídos entre quatro continentes (América, Ásia, Europa e
África), sendo verificados mais de 1 milhão de casos anuais. Considerando seu alto grau
de detecção e polimorfismo, é considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS),
uma das seis doenças infecciosas mais importantes na atualidade (OPAS, 2021). É
conhecida também pelos nomes de Ferida Brava, Leché e Úlcera de Bauru.
O estado de Mato Grosso registrou, em 2021, 1.524 casos de LTA, o quarto maior registro
entre os 26 estados brasileiros, naquele ano (DATASUS, 2023). Dessa forma, os estudos a
respeito do tema permitem elaborar estratégias de saúde pública para a LTA. Tais
estratégias devem estar relacionadas com o correto diagnóstico da LTA pelos
profissionais de saúde (GONTIJO B e CARVALHO MRL, 2003).
Em Mato Grosso, os casos de LTA acontecem majoritariamente com homens, assim
como é mostrado em outras regiões do Brasil. A principal explicação para esse dado é
pelo fato da LTA ser uma doença ocupacional, que afeta trabalhadores na zona rural e
de mata, tornando - os mais susceptíveis, uma vez que aumenta o contato com vetores
transmissores da LTA (OLIVEIRA C, 2022; SILVA CER, et al., 2021). No entanto, é errôneo
pensar que a LTA está restrita às áreas rurais, visto que, apesar do histórico de
doença endêmica rural, com as mudanças ambientais, desmatamentos e
aumento da urbanização, houve uma rápida disseminação da doença nas áreas
urbanas. (RESENDE MC, et al., 2024). Com relação à distribuição etária, os casos de LTA
predominam na população acima de 10 anos, representando 94,8% dos casos
relatados.
Alto Garças vem mantendo 05 casos ativos da doença, 02 curas e 01 óbito. Visto isso,
torna-se importante a ampliação da execução de medidas de vigilância e de
prevenção contra a LTA, somadas à expansão da coleta de dados que visam
abranger as individualidades demográficas e sociais.